Curso de Controle Social das políticas Públicas de desenvolvimento Rural é realizado no Assentamento Pequeno Richard

Publicado por Thaynara Policarpo
Campina Grande, 22 de agosto de 2016

20160820_143435Agricultoras e agricultores do Assentamento Pequeno Richard, em Campina Grande, participaram neste sábado (20) do primeiro módulo do Curso “Controle Social das políticas Públicas de desenvolvimento Rural” promovido pelo Programa Controle Social da Gestão Pública, do Centro de Ação Cultural (Centrac). O curso é uma ação do Projeto “Capacitando sujeitos locais para o controle social das políticas públicas de desenvolvimento rural”, desenvolvido pelo Centrac com o apoio da agência de cooperação internacional alemã MISEREOR.

A atividade aconteceu na sede da associação do assentamento e teve início às 09h, com uma apresentação da proposta do curso, que tem como objetivos contribuir com a formação e oferecer ferramentas para uma atuação mais qualificada das lideranças nos espaços de construção, definição e implantação das políticas públicas, sobretudo as de desenvolvimento rural.

20160820_105004O grupo considera que a formação chegou em boa hora, pois já estão recebendo visitas de candidatos a vereador que “estão fazendo promessas que já sabemos que não serão cumpridas, pois aprendemos aqui que não são eles que trazem água ou melhoram o atendimento do posto de saúde, eles fiscalizam o que o prefeito faz, disse Zélia de Melo, assentada da reforma agrária que participa da formação.

Neste primeiro módulo, o curso trabalhou o conceito de cidadania, o sistema de tributação, a partilha dos impostos entre estados municípios e união, a composição da Receita Pública, o planejamento e o ciclo orçamentário municipal, sendo todos os conteúdos relacionados com a realidade local.

20160820_143249No período da tarde, foi proposto aos participantes uma tarefa que os desafiou a fazer um exercício de planejamento, usando a ferramenta “Prefeito/a por um dia”. Divididos em três grupos, cada “prefeitura” teve que dividir uma quantia em dinheiro entre pastas, secretarias ou áreas de governo (saúde e saneamento, educação e cultura, administração e planejamento, agricultura, legislativo, etc.) tendo que previamente discutir a melhor divisão do recurso.

Ao final do exercício, cada grupo explicou as razões da divisão escolhida e comentou sobre a experiência. “A gente dividiu considerando o que achamos mais importante, por isso não destinamos muito recurso para o legislativo”, comentou José Daniel Lima, agricultor que participa da formação, acrescentando ainda que “as mulheres do grupo não deixaram a gente tirar a nossa parte”. “A gente também deixou dinheiro para uma festa no final do ano, com artista famoso, como os prefeitos gostam de fazer”, comentou o jovem Renan Rodrigues, filho de família assentada da reforma agrária.

20160820_143752“Este exercício é interessante para a gente perceber que na gestão pública os investimentos nas políticas públicas acontecem assim, por escolhas. Vimos que aqui muitos de vocês não acham que custear o legislativo municipal seja tão importante e também quiseram refletir a realidade, investindo em eventos que não melhoram as condições de vida da população, com festas caras. Precisamos estar atentos porque pode ser que para este ou aquele gestor a agricultura é que não seja uma prioridade”, afirmou Ana Patrícia, cientista social e assessora técnica do CENTRAC.