As nove cooperadas da CATAMAIS (Cooperativa de Catadores e Catadoras de Campina Grande) aprovaram, nesta terça-feira,20 de março, o plano de negócio do empreendimento. O processo de elaboração do Plano contou com a assessoria do Centro de Ação Cultural (Centrac), por meio do Projeto Cooperar para Melhor Coletar.
Para a elaboração do plano, foram realizadasoito oficinas entre os meses de outubro de 2016 e março de 2017. No processo, também foi elaborado o regimento interno da cooperativa, documentos essenciais para o bom gerenciamento do empreendimento. Durante as oficinas, as catadoras discutiram sobre o surgimento da CATAMAIS, como ela funciona, o perfil das cooperadas, como a cooperativa interage com as pessoas e instituições e como é feito o trabalho da coleta.
De acordo com Mary Alves, coordenadora do Projeto Cooperar para Melhor Coletar “a maioria das empresas têm plano de negócio. É ele quem diz as necessidades da empresa, como um planejamento que serve de estratégia para o empreendimento e também para orientar as cooperadas sobre os caminhos que devem seguir”.
O plano de negócio da CATAMAIS abrange o Histórico e descrição da CATAMAIS; o Perfil dos/as cooperados/as; o Compromisso com a Comunidade Interna e Externa; a Análise Estratégica; a Análise do mercado; os Dados e projeções financeiras; além da Estratégia de Marketing para o empreendimento.
No momento de aprovação, as catadoras ainda discutiram sobre o desafio da diminuição dos resíduos nas coletas. “Tinham rotas que em uma rua só a gente já saía com dois cainhos cheios. Agora, a gente volta com um e ainda pela metade”, contou a cooperada Valdinete Aires da Silva. Para a Presidente da CATAMAIS, Lourdes Bezerra, um dos problemas que promovem a diminuição da coleta é a disputa com o Grupo Energisa, já que a empresa oferece descontos na conta de energia elétrica para os clientes que trocarem o material reciclável como papel, plástico, vidro e metal em uma ação que inclusive fere o que preconiza a Política Nacional de Resíduos Sólidos, já que a partir dessa política os resíduos recicláveis possuem uma função de inclusão social e econômica dos catadores e catadoras. “Depois da Energisa tudo ficou diferente e isso prejudica o nosso trabalho, porque eles não precisam dos materiais, mas a gente precisa, é o nosso sustento”, afirmou Lourdes.
Após a provação, o plano de negócio da CATAMAIS será diagramado e impresso. “Agora que a gente tem o plano pronto, fica mais fácil pra gente procurar novos parceiros e se organizar melhor dentro da cooperativa”, afirmou a Catadora Valdete Aires da Silva.
CATAMAIS – A Cooperativa foi fundada em 19 de Abril de 2008 por 23 (vinte e três) associados/as mobilizados/as a partir do Projeto Transformar para Incluir, coordenado pela Profª Dra. Jussara Carneiro Costa da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB).