Trabalhadoras Domésticas lançam aplicativo Laudelina e Revista Passatempo sobre os direitos da categoria em Campina Grande

Publicado por Thaynara Policarpo
Campina Grande, 21 de maio de 2018

Aconteceu no último sábado (19), na sede do Sindicato das Trabalhadoras e dos Trabalhadores Domésticos de Campina Grande – Sintrad-CG, o lançamento de dois produtos de comunicação voltados à categoria. O primeiro deles é o aplicativo para smartphones, “Laudelina” e o segundo foi a revista do tipo passatempo intitulada “Trabalho Doméstico – Garanta seus direitos trabalhistas”.

Participaram do lançamento trabalhadoras domésticas, diaristas e cuidadoras de idosos ligadas ao Sintrad-CG e à Associação das Trabalhadoras Domésticas de Campina. Estiveram ainda à frente do lançamento Luiza Batista e Cleide Pinto, da Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas – Fenatrad, Glória Rejane e Rita Maria de Jesus do Sindicato das Trabalhadoras Domésticas da Região Metropolitana de João Pessoa – Sintrader-JP e Madalena Medeiros, do Centro de Ação Cultural – Centrac.

Após um almoço oferecido às presentes, Chirlene dos Santos Brito, presidenta do Sintrad-CG deu as boas-vindas e iniciou a atividade. “É um momento histórico para esse sindicato e é muito bom receber vocês aqui, pois fortalece a nossa luta saber que a gente não está só, que temos companheiras em outros lugares, que temos um apoio”, disse.

Luiza Batista, iniciou falando do significado da presença da Fenatrad em Campina Grande: “A nossa visita aqui em Campina Grande faz parte de um projeto que está organizando os sindicatos pelo Brasil, pois nós estamos muito espalhadas, cada uma em cada casa e não podemos ir às residências, então fica muito difícil a articulação das trabalhadoras domésticas”.

Luiza falou ainda sobre de onde vem a parceria que lançou a publicação do Coquetel: “Temos as nossas parcerias, no nível local e a nível regional, internacionalmente, nosso maior parceiro é a OIT – Organização Internacional do Trabalho e para a gente trazer as companheiras para dentro do sindicato, a gente precisa trazer material, informação, então a gente construiu esse material para ajudar as trabalhadoras. Eu digo que informação é poder, não viemos aqui só lançar essa revista, mas também dizer para as companheiras que a união faz a força. Que cada uma que está vindo pela primeira vez, que se torne uma agente multiplicadora. Porque a luta já tem muitos anos, não vai ser os patrões que vão chegar para a gente e dizer assim, ‘ah, elas cuidam das nossas casas, tadinhas, vamos dar esses direitos aqui para elas’, não vai ser assim, não gente. Precisamos nos juntar para avançar mais, a luta é constante”.

Cleide Pinto, faz parte do sindicato das trabalhadoras domésticas de Nova Iguaçu e apresentou às trabalhadoras o aplicativo “Laudelina”, que pode ser baixado pela Play Store nos smartphones. O aplicativo foi uma parceria entre a Google, a organização gaúcha Themis e a Fenatrad: “Com esse aplicativo, a gente pode aprender a se defender, pois antes a gente ficava sem saber a quem recorrer, e pelo aplicativo, tanto a gente tem acesso aos nossos direitos, a calculadora e os contatos, onde fica o sindicato, então a gente tem como acessar por ele”.

 “O aplicativo vem no sentido de ampliar as formas de comunicação com a trabalhadora. Pois o celular é uma coisa que as trabalhadoras usam bastante e vem para aproximar as trabalhadoras entre si e com os seus direitos”, completou Milena Calazans, assessora jurídica da Fenatrad.

A advogada falou ainda sobre o desafio que representa o crescimento de aplicativos que buscam cadastrar trabalhadoras para oferecer serviços como diaristas, mas sem nenhum tipo de controle por parte do estado, deixando as trabalhadoras sem proteção e expostas à exploração. “Fica o desafio para a Fenatrad de monitorar esses aplicativos e se comunicar com essas trabalhadoras”.

Finalizando o evento, foi aberto um espaço para que as participantes tirassem dúvidas com as advogadas Milena Calazans e Marizete Pinheiro da Silva, assessora jurídica Sintrader. “Reforço a necessidade de vocês continuarem na defesa da Lei 150, que está para as trabalhadoras domésticas como a Lei Maria da Penha está para todas as mulheres”, finalizou Milena.