Jovens rurais do Agreste debatem sobre participação política

Publicado por Thaynara Policarpo
Campina Grande, 13 de agosto de 2018

Um encontro de articulação reuniu no último sábado (11), na sede do Centro de Ação Cultural – Centrac, um grupo de cerca de 40 jovens rurais, filhos e filhas de agricultoras e agricultores dos municípios de Aroeiras, Campina Grande, Puxinanã, Itabaiana, Mogeiro e Ingá, municípios da região Agreste da Paraíba, integrantes do Fórum de Lideranças do Agreste (FOLIA), uma das dinâmicas microrregionais da Articulação do Semiárido Paraibano e participantes das ações de convivência com o semiárido desenvolvidas pelo Centrac no âmbito do Programa Um Milhão de Cisternas (P1MC) e Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2), que viabiliza a implementação de tecnologias sociais de convivência com o semiárido com vistas ao fortalecimento da agricultura familiar de base agroecológica.

A atividade teve como objetivos promover um debate sobre como as juventudes rurais estão articuladas nas suas comunidades e contribuir para construção coletiva de uma pauta de ações conjuntas pelo fortalecimento da juventude do campo e se insere nas ações do Projeto “Articulando atores locais para o controle social de políticas públicas de desenvolvimento rural” que conta com o apoio de Misereor.

A atividade foi conduzida por Ana Patrícia Sampaio, socióloga e coordenadora do Programa Juventude e Participação Política do Centrac, que apresentou as conquistas da juventude no campo das políticas públicas e como elas contribuíram para melhorar a vida das populações juvenis do campo. O grupo pode refletir de que forma as ações governamentais impactam na sua qualidade de vida e nas oportunidades para a juventude rural. Também debateram sobre os desafios da sucessão rural no atual contexto de desmonte das políticas públicas de desenvolvimento rural e de juventude, partindo de suas vivências, suas dificuldades e potencialidades.

Maria Aparecida Barbosa, tem apenas 13 anos, mas já segue os passos da mãe que é agricultora do Sítio Piabas, em Aroeiras, e feirante da Feira Agroecológica do município. A adolescente já tem a experiência da criação animal como fonte de renda para a família: “Eu tenho dois porcos, crio também gado e quando vendemos, o dinheiro é para as despesas da família, mas uma parte fica comigo”, explica.

O grupo também debateu sobre os mais variados espaços de interação social e de participação política que existem em suas comunidades e como se dá a participação da juventude nesses espaços.

Da discussão, foram tirados alguns encaminhamentos, como a construção coletiva de um informativo exclusivo para jovens rurais sobre as eleições e a realização de um encontro com representantes da juventude rural de todos os municípios do Território do FOLIA para também discutir o processo eleitoral e propiciar a criação de uma articulação de lideranças juvenis no Território.