Feira Regional de Produtos Agroecológicos e atrações culturais celebram o Dia Mundial da Alimentação em Campina Grande

Publicado por Thaynara Policarpo
Campina Grande, 17 de outubro de 2018

Para celebrar este 16 de outubro, Dia Mundial da Alimentação, o Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional da Paraíba – Consea-PB e a Articulação do Semiárido Paraibano – ASA Paraíba, promoveram na manhã desta terça (16), na Praça da Bandeira, Centro de Campina Grande, uma Feira Regional de Produtos Agroecológicos junto com uma programação cultural.

A montagem das barracas foi concluída antes das 7h da manhã, cerca de 30 feirantes, vindos de cinco regiões da Paraíba (Seridó, Cariri, Curimataú, Agreste e Borborema) comercializaram no local uma diversidade de produtos in natura e beneficiados como: hortaliças, frutas, queijo, ovos, mel, leite, polpas de frutas, doces, bolos, beijus e tapioca, entre outros, todos livres de agrotóxicos e transgênicos.

A agricultora Jaqueline Galdino, é moradora do assentamento Antônio Eufrozino em Campina Grande e participa de uma feira agroecológica que acontece semanalmente na cidade. Em seu lote de 18 hectares a agricultora cria gado, cavalos, porcos e galinhas. Dos 12 litros de leite que trouxe para a feira, vendeu 10. “Se tivesse uma feira dessas todo mês, era uma maravilha”, avalia. Para a feira ela trouxe ainda queijo e manteiga. Já seu Luiz Adelino, de 73 anos, morador do Sítio Mares Preto, em Puxinanã, vendeu cactos, flores e plantas medicinais “Achei a feira jóia, uma maravilha. Não só vendi como também ganhei uma mudinha que vou plantar. Estou aprendendo a valorizar o meu produto e vender pelo preço justo”, contou o agricultor que faz parte de um grupo que está construindo a feira agroecológica do seu município.

Atrações culturais

A programação cultural teve início com a dupla de emboladores de coco “Canário e Caboclo”, em seguida foi a vez do trio de forró Acauã se apresentar, seguido pelo grupo “JB do Coco e Tirinete” com músicas de coco de roda. Houve ainda um teatro de bonecos promovido por sócios do Centro de Ação Cultural, que tratou dos riscos da alimentação não saudável. O poeta e tocador João Muniz também foi um dos a se apresentar.

Durante a feira, foi montada uma exposição de trabalhos de crianças de escolas de Campina Grande, que trabalharam desde o início do mês, o tema da alimentação saudável. Um conjunto de desenhos sobre a temática que tratavam sobre a cadeia produtiva dos alimentos, a diversidade e a qualidade da produção, ficaram expostos durante a feira, que recebeu a visita dos alunos do ensino fundamental durante toda a manhã.

Rebeca Mota, de 9 anos, foi uma das alunas a expor o seu trabalho. Ela conta o que aprendeu nas suas pesquisas sobre alimentação: “Eu aprendi que existe uma comida que é de verdade e outra que não é, pois faz mal à saúde, e a gente tem que procurar esses alimentos mais saudáveis”, disse.

Waldir Cordeiro, vice presidente do Consea-PB e membro da ASA Paraíba, falou sobre a proposta da feira e denunciou a situação atual em que o modelo de agricultura promotor da saúde e da vida recebe menos apoio do que o agronegócio, pautado no uso intensivo de agrotóxicos e na super exploração do meio ambiente: “O país deixa de arrecadar algo em torno de 7 bilhões de isenções fiscais de quem produz a agricultura da morte. Enquanto isso, hoje não contamos nem com 10% do orçamento de 2015 para ações de apoio à agricultura familiar”.

Waldir finalizou parabenizando as famílias agricultoras por seu papel e sua contribuição para a realização do direito humano à alimentação: “De forma especial quero parabenizar quem produz de fato o alimento saudável, ainda temos muito pouco a comemorar, mas iniciativas como esta mostram que estamos no caminho certo”. A feira foi encerrada por volta do meio dia com um grande número de visitantes.