Manejo de pragas e doenças é tema de oficina para agricultoras e agricultores de Mogeiro-PB

Publicado por Thaynara Policarpo
Campina Grande, 27 de março de 2019

Nesta segunda-feira, 25 de março, agricultores e agricultoras de diferentes comunidades de Mogeiro-PB, município que compõe o Fórum de Lideranças do Agreste (Folia), estiveram reunidos/as na Oficina sobre manejo agroecológicos de pragas e doenças. A atividade, realizada  no Assentamento Dom Marcelo, foi facilitada pela equipe técnica do Centro de Ação Cultural – Centrac e faz parte das ações do Projeto Quintais Agroecológicos: Espaços de construção e autonomia das mulheres, soberania alimentar e nutricional e geração de renda, desenvolvido nos municípios de Campina Grande, Mogeiro, Umbuzeiro e Aroeiras, com apoio da Fundação Bando do Brasil Voluntariado – FBB.

“O objetivo da oficina de hoje é discutir, a partir das técnicas que vocês já utilizam nas propriedades, os manejos de pragas e doenças de forma a fortalecer a produção dos quintais agroecológicos. Muitos aqui já produzem de forma agroecológica, mas outros ainda sentem dúvidas e esse é o momento da gente trocar conhecimento”, ressaltou Zilma Maximino, técnica do Centrac.

Em seguida, Madalena Medeiros do Centrac falou sobre a diferença entre pragas e doenças. “As plantas precisam de alguns alimentos básicos, como nós também precisamos para sobreviver. Água, terra fértil, nitrogênio, potássio e fósforo são alguns desses elementos. Quando a planta está sem alguns desses elementos ela está sujeita a doenças, como ferrugem, mofo, fungos, entre outros. E também estão sujeitas aos fatores externos que são as pragas: moscas, lagartas, grilos, mosquitos, cochonilha”, disse Madalena.

De acordo com Madalena, quando uma planta está amarelada é falta de nitrogênio no solo. Para fazer a reposição, pode ser feita uma plantação consorciada com plantas que repõe o nitrogênio, a exemplo das leguminosas, mas a reposição do esterco é um dos principais fatores para a melhora da planta.

Após a discussão, os agricultores e agricultoras preparam algumas receitas naturais que já utilizam em suas propriedades. O agricultor Manoel Antônio da Silva, já utiliza a receita de castanha com álcool para combater o mofo na plantação. “É só utilizar 100g de castanha cortada com 1 litro de água e deixar apurar na garrafa por cinco dias, num lugar mais escuro. Depois é só você utilizar 20 ml da calda da castanha diluído para 20l de água e aplicar na planta”, explicou o agricultor. “Essa é uma receita básica que também serve para mosca, lagarta, vaquinha, mas é preciso ter muito cuidado no armazenamento dessa receita e também no manuseio, porque a calda da castanha queima e a aplicação deve ser feita no fim da tarde”, disse Madalena.

Também foram apresentadas receitas com base no fumo de corda, nim com óleo mineral e leite de vaca não fervido, todos com ingredientes simples e com um baixo custo de produção. O agricultor Severino dos Ramos Feitosa, do Assentamento Dom Marcelo, mostrou ainda como se produz o biofertilizante, que é um excelente ingrediente para nutrir as plantas e proteger o solo. Os agricultores e agricultores receberam material com as receitas produzidas na oficina e outras que podem ser testadas em casa, como a receita de urina de vaca: “A urina de vaca tem diversos micronutrientes e ainda nitrogênio, potássio e fósforo. Ela é um repelente natural e também um biofertilizante muito útil”, disse Madalena Medeiros. O agricultor Manoel, falou ainda sobre o uso de agrotóxicos nas plantações e os malefícios que causam à saúde: “Eu já usei veneno no roçado, mas uma vez eu senti uma dor de cabeça muito forte, passei mal, tive febre e decidi que a partir daquele dia eu não iria mais usar veneno na minha plantação. Apliquei no feijão e decidi não colher e foi a melhor decisão que eu tomei, agora eu procuro conscientizar as pessoas sobre produzir sem veneno, porque a melhor coisa é saber que você tem um alimento saudável e que não vai trazer riscos a sua vida”, disse o agricultor.