21 de Março – Dia Internacional contra a Discriminação Racial

Publicado por swadmin
Campina Grande, 21 de março de 2013

No dia 21 de março de 1960, na cidade de Joanesburgo, capital da África do Sul, 20 mil negros protestavam contra a lei do passe, que os obrigava a portar artões de identificação, especificando os locais por onde eles podiam circular.

No bairro de Shaperville, os manifestantes se depararam com tropas do exército. Mesmo sendo uma manifestação pacífica, o exército atirou sobre a multidão, matando 69 pessoas e ferindo outras 186. Esta ação ficou conhecida como o Massacre de Shaperville. Em memória à tragédia, a ONU – Organização das Nações Unidas – instituiu 21 de março como o Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial.

O Artigo I da Declaração das Nações Unidas sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial diz o seguinte:

"Discriminação Racial significa qualquer distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada na raça, cor, ascendência, origem étnica ou nacional com a finalidade ou o efeito de impedir ou dificultar o reconhecimento e exercício, em bases de igualdade, aos direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural ou qualquer outra área da vida pública".

Segundo o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – PNUD – em seu relatório anual, "para conseguir romper o preconceito racial, o movimento negro brasileiro precisa criar alianças e falar para todo o país, inclusive para os brancos. Essa é a única maneira de mudar uma mentalidade forjada durante séculos de discriminação”.

Nesta data, não esqueçamos  que o Estado brasileiro e suas policias mantém uma atuação coercitiva, preconceituosa e violenta dirigida a população negra, especilamente as juventudes. Desrespeito, agressões, espancamentos, torturas e assassinatos são práticas comuns destas instituições.Também não esqueçamos de denunciar o preconceito velado das instituições públicas e privadas que cerceiam o direito a educação, ao trabalho decente, a uma vida digna à população negra de nossa país. Aos movimentos populares cabe a permanente denuncia e a teimosia organizar-se para a resistência e ação.

O CENTRAC se une a este esforço por uma sociedade realmente igualitária, livre de preconceitos de raça, de gênero, de geração, de classe.