SPM apresenta ‘Mulher, Viver sem Violência’ a gestores de institutos de criminalística

Publicado por swadmin
Campina Grande, 20 de setembro de 2013

Secretaria fez ação no 22º Congresso Nacional de Criminalística, realizado em Brasília, com profissionais de perícia

Aprimorar a coleta de vestígios de crimes sexuais e organizar o atendimento à mulher vítima desse tipo de violência são alguns dos objetivos do programa ‘Mulher, Viver sem Violência. Com a finalidade apresentar e discutir esse eixo do programa, a Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM-PR) se reuniu com representantes dos Institutos de Criminalística e Superintendências de Polícia Técnico-Científica.

O encontro aconteceu nesta terça-feira (17/09), durante o 22º Congresso Nacional de Criminalística, realizado em Brasília. Participaram da reunião, a secretária nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres da SPM-PR, Aparecida Gonçalves; a diretora de Pesquisa, Análise da Informação e Desenvolvimento de Pessoal em Segurança Pública da Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça (Senasp/MJ), Isabel Figueiredo; a diretora de Prevenção da Senasp/MJ),Cristina Villanova; o médico-legista da Senasp/MJ, Samuel Ferreira, além de peritos criminais e médico-legistas.

Com um investimento de R$ 265 milhões, o ‘Mulher, Viver sem Violência’ articula uma série de serviços públicos de saúde, segurança, justiça, assistência social e orientação de emprego e renda, com a finalidade de enfrentar, em todas as suas nuances, a violência contra a mulher. O programa é coordenado pela SPM e executado em parceria com a Senasp/MJ e o Ministério da Saúde.

Coleta de vestígios de crimes – De acordo com a secretária Aparecida Gonçalves, existe uma descontinuidade no atendimento às mulheres vítimas de crimes sexuais, pois muitas delas não chegam a concluir todo o processo que garantiria a efetiva punição do agressor. “As mulheres violentadas buscam os hospitais para tomar o contraceptivo de emergência e a delegacia para oficializar a denúncia. Mas não chegam a ir ao Instituto Médico Legal (IML) ou a concluir o processo nos Juizados. Na maioria das vezes nós perdemos a mulher nesse caminho e, junto com isso, boa parte da prova”, explicou.
Segundo a secretária, as ações previstas neste eixo do programa objetivam garantir o atendimento humanizado à vítima em hospitais e Institutos Médicos Legais, bem como assegurar a integridade da prova criminal.

Para tanto, são propostas do programa a capacitação dos profissionais da rede hospitalar para realização da coleta de vestígios. Os espaços dos hospitais também serão adequados para o atendimento e armazenamento do material. As estruturas dos Institutos Médicos Legais serão ampliadas, de modo a garantir o atendimento digno e adequado às mulheres. Com isso, será possível instituir a cadeia de custódia de vestígios do crime sexual e combater a impunidade dos agressores.

“Queremos garantir que a mulher não passe em diversos lugares contando a mesma história e fazendo os mesmos exames. Esta é a proposta fundamental do programa ‘Mulher, Viver sem Violência’”, destacou Aparecida Gonçalves. Inicialmente, o programa investirá na reestruturação dos hospitais de referência e IMLs das capitais para prestação dos serviços.

Durante a audiência, a secretária convocou os diretores dos institutos de criminalística e da Polícia Técnico-Científica a fazerem parte, em âmbito estadual, do grupo executivo que vem discutindo os procedimentos e operacionalização do atendimento. As gestoras estaduais dos organismos de políticas para as mulheres estão à frente do grupo executivo. “Estou convidando vocês a fazerem parte desta equipe. É ali onde haverá o debate e serão definidos os procedimentos, como fluxo e protocolo de atendimento às mulheres vítimas de crimes sexuais”, afirmou Aparecida.

A secretária também ressaltou que todo o procedimento será regulamentado. “Nada é para ser feito sem a regulamentação. Nós iremos fazer todas as normas, seja para a questão da perícia, seja para o atendimento em saúde”, garantiu. Quando à questão da capacitação de profissionais de saúde, Aparecida Gonçalves informou que “nenhum médico fará a coleta dos vestígios sem passar por capacitação, que será feita pelos peritos criminais. Nós precisamos garantir a prova técnica”, frisou.

Casa da Mulher Brasileira – Além da qualificação da perícia criminal e do atendimento em saúde, o programa também prevê a construção da Casa da Mulher Brasileira em todas as capitais do País, que oferecerá os serviços especializados de delegacias, juizados, promotorias e defensorias, além de atendimento psicossocial, orientação profissional, brinquedoteca e alojamento provisório.

A Casa da Mulher Brasileira vai estar integrada aos serviços de saúde e IMLs por meio de uma central de transportes gratuitos, que fará o deslocamento de mulheres vítimas de violência sexual quando necessário.

Fonte: https://www.spm.gov.br