A ADUFCG está convocando toda comunidade universitária a se mobilizar para barrar a proposta da Reitoria da UFCG de rediscussão da adesão da universidade a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares – Ebserh, durante uma reunião do Colegiado Pleno do Conselho Universitário, nesta sexta-feira, à partir das 9h.
A ADUFCG, o Sintespb-UFCG e o DCE-UFCG realizarão na sexta-feira um ato público, a partir das 7h, no portão principal da universidade, com o objetivo de esclarecer a comunidade universitária dos prejuízos que adesão a Ebserh trará para o Hospital Universitário Alcides Carneiro, em Campina Grande e o Hospital Júlio Bandeira, em Cajazeiras, que foi cedido à UFCG.
Hoje pela manhã, no Auditório do Hospital Universitário a ADUFCG, o Sintespb-UFCG e o DCE-UFCG participaram de uma reunião com representantes de sindicatos da área de saúde e de movimentos sociais que atuam em defesa da saúde e de políticas públicas em Campina Grande, para discutir a iniciativa da Reitoria da UFCG em rediscutir a proposta de adesão da instituição a Ebserh.
Em outubro do ano passado, o Colegiado rejeitou a proposta de adesão por 36 votos a 4 quatro, depois de um intenso processo de debate e discussão sobre o tema, inclusive envolvendo vários segmentos da sociedade civil organizada de Campina Grande, como o Conselho Municipal de Saúde.
Sabotagem
Em nota que será publicada amanhã (19/12) na imprensa local, a ADUFCG lembra que “em vez de respeitar e encaminhar a decisão soberana da comunidade universitária, a Reitoria da UFCG desde o ano passado vem adotando a estratégia da sabotagem, fazendo de tudo para esvaziar o conteúdo da mencionada decisão, buscando assim, em última instância, inviabilizar o funcionamento dos HUs da UFCG, especialmente o Alcides Carneiro”.
A nota também lista as várias ações que a Reitoria vem realizando contra os HUs como:
1- Criação de toda ordem de dificuldades para o cumprimento de sentenças judiciais e decisões administrativas que autorizam a contratação de 121 novos profissionais para reposição de vagas para o HUAC, pré-condição essencial para enfrentar a crise de pessoal que o governo federal impôs nos últimos anos aos Hospitais Universitários das IFES como um todo;
2-Intensificação de ações conjuntas desenvolvidas em sintonia com outros Reitores de IFES e burocratas do MEC, para passar a falsa ideia de que a não adesão a EBSERH significará o caos para os HUs, buscando assim fazer com que aqueles que decidiram pela não adesão sejam compelidos a voltar atrás em suas decisões;
3-Aumento da pressão junto à direção do HUAC, que tem permanecido fiel aos anseios da comunidade universitária na defesa dos HUs como hospitais escolas e patrimônio do povo brasileiro.
4-Embora a decisão do Colegiado Pleno tenha sido institucional, ou seja, válida para os dois hospitais vinculados a UFCG, a Reitoria se aproveitou de um mal entendido à época para tratar de forma diferenciada o Hospital Júlio Bandeira, no Campus de Cajazeiras, e o Alcides Carneiro, no Campus de Campina Grande. Enquanto ao primeiro é dado um tratamento preferencial (por supostamente ter aderido a EBSERH, o que não é verdade), ao segundo a chantagem tem sido a moeda de troca sistematicamente empregada.
Mobilização
Em várias universidades federais a comunidade acadêmica tem se mobilizado contra a proposta de adesão a Ebserh. Na manhã de terça-feira (17), a comunidade acadêmica da UFPA conseguiu barrar a privatização dos hospitais universitários João de Barros Barreto e Bettina Ferro de Souza. Docentes, técnicos administrativos e estudantes inviabilizaram a reunião do Conselho Superior Universitário (Consun) que votaria a cessão dos hospitais à Ebserh.
A reunião do Conselho Universitário (Consuni) da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio) para discutir a adesão da instituição à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) foi cancelada na manhã desta segunda-feira (16). Uma mobilização com mais de 400 pessoas impediu a efetivação da pauta da reunião extraordinária do Consuni, convocada pelo reitor Luiz Pedro San Gil Jutuca.
Fonte: ADUFCG