Na tarde deste dia 12 de março, cerca de 200 mulheres representantes de um grupo de entidades sociais de Campina Grande de defesa dos direitos das mulheres realizou o Ato Público e simbólico denominado “O machismo nos mata todos os dias!”, na Praça Clementino Procópio, no Centro da Cidade, em alusão ao Dia Internacional da Mulher.
O objetivo do ato foi chamar a atenção da sociedade e denunciar as mortes violentas de mulheres que acontecem todos os dias, praticadas por seus próprios companheiros ou familiares. Durante o ato, foi feita uma performance que mostrou corpos de mulheres deitadas no chão, cobertas com um lençol branco sujo de vermelho, lembrando as 110 mulheres assassinadas na Paraíba durante o ano de 2014 e até o início de 2015.
O ato contou com a participação dos tambores do Grupo de percussão Baque Virado da Borborema. O grupo, formado por mulheres de entidades e coletivos urbanos e rurais, expos ainda faixas, cruzes pretas, cartazes e painéis mostrando estatísticas da violência contra a mulher no estado e também informações sobre os serviços existentes de atendimento às mulheres em situação de violência.
Idalina Santiago, professora universitária e integrante do Flor e Flor, Grupo de Estudos de Gênero da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), falou sobre o surgimento do dia internacional da mulher, que, ao contrário do que o capitalismo quer fazer parecer, é, acima de tudo, um dia de luta: “Essa data tem origem na luta de mulheres trabalhadoras em busca de melhores condições de trabalho. Mulheres que, ao se desentenderem com seu patrão, foram trancadas em uma fábrica de tecidos e com a ocorrência de um incêndio, foram todas mortas carbonizadas. Hoje a nossa luta é muito mais ampla, contra a violência, por políticas públicas. Hoje nos somamos à resistência que reconhece o feminicídio como crime hediondo”, disse.
Após a performance, houve a apresentação do grupo de percussão que conduziu uma grande ciranda denominada “Ciranda das mulheres” onde foram entoadas palavras e gritos de ordem referentes a luta das mulheres por igualdade e respeito. O grupo percorreu a extensão da Praça, acompanhado dos participantes do ato, que também contou com a presença de homens, solidários à luta que se somaram à caminhada.
Estiveram presentes ao ato mulheres representantes das organizações: CENTRAC, Sindicato das Trabalhadoras e Trabalhadores Domésticos de Campina Grande (Sintrad-CG), Associação das Trabalhadoras Domésticas, Sindicato dos Trabalhadores Públicos Municipais do Agreste da Borborema (Sintab), GT de Mulheres da Articulação do Semiárido Paraibano (ASA Paraíba), do Fórum de Lideranças do Agreste (Folia), Coletivo das Organizações da Agricultura Familiar, Grupo de Apoio à Vida (GAV), Grupo de Estudos de Gênero da UEPB Flor e Flor, Bruta Flor, Coletivo Contigo e Fórum da Diversidade Sexual e de Gênero. Também participaram jovens integrantes do Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal de Campina Grande e integrantes do Fórum em Defesa dos SUS.