Catadores de materiais recicláveis protestam nesta quinta (16) no ‘aterro’ de Campina Grande por condições de trabalho

Publicado por Aurea Olimpia
Campina Grande, 15 de julho de 2015

Cerca de 100 catadores e catadoras de materiais recicláveis que do Bairro do Mutirão, em Campina Grande, realizarão à partir das 8h30 desta quinta-feira, 16 de julho, um protesto nas proximidades do novo aterro sanitário do município, localizado na Alça Sudoeste (próximo ao Distrito de Catolé de Boa Vista).

A mobilização tem o objetivo de reivindicar esclarecimentos da Prefeitura Municipal de Campina Grande sobre a forma de destinação final dos resíduos sólidos do município, visto que a coleta seletiva ainda não foi implantada e o funcionamento do atual aterro não está adequado. “Para ser considerado aterro, este local só deveria receber ‘rejeitos’ que são aqueles materiais que não têm nenhuma forma de aproveitamento. A coleta seletiva deveria ter sido implementada antes do funcionamento do aterro, o que daria a possibilidade dos catadores trabalharem, já que eles mantém suas famílias com o que arrecadam da venda dos recicláveis”, explica Mary Alves assistente social e coordenadora do Projeto “Cooperar para melhor coletar” do Centro de Ação Cultural (Centrac).

Além desta reivindicação, os manifestantes pedem que sejam dadas condições para o desenvolvimento do seu trabalho, conforme preconiza a Lei nº 12.305/10, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) e o Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos. Desde 2012, quando houve o fechamento do lixão que funcionava no Mutirão, os catadores que moravam no local e que sobreviviam da coleta, se sentiram prejudicados: “Na época recebemos uma cesta básica e uma ajuda de custo por cinco meses, e desde então ficamos sem trabalho e sem condições para manter as nossas famílias”, conta Walysson Gomes, catador do Mutirão.

“Agora os catadores se vêem prejudicados novamente, pois o material está sendo levado e aterrado todo nesta nova área sem qualquer triagem, tirando deles a possibilidade de coletar o material reciclável e abrindo um novo lixão em Campina Grande, degradando uma nova área”, explica Mary Alves.

 Histórico

No dia 06 de julho deste ano, após uma denúncia da Prefeitura Municipal de Puxinanã, o aterro sanitário de Campina Grande que estava funcionando no município por meio de convênio, foi interditado. A gestão pública de Puxinanã alegou irregularidades como a ausência de tratamento do lixo depositado no local, ocasionando problemas ao meio ambiente e incomodando os moradores da localidade. No dia seguinte após a interdição, a Prefeitura de Campina Grande passou a depositar o lixo em um novo aterro, que estava sendo construído na zona rural da cidade, próximo ao Distrito de Catolé de Boa Vista. Desde essa data o lixo da cidade vem sendo depositado lá e aterrado sem triagem, de acordo com a denúncia dos catadores.

Fotos: Portal G1 Paraíba.