Cerca de 100 catadores e catadoras de materiais recicláveis que do Bairro do Mutirão, em Campina Grande, realizarão à partir das 8h30 desta quinta-feira, 16 de julho, um protesto nas proximidades do novo aterro sanitário do município, localizado na Alça Sudoeste (próximo ao Distrito de Catolé de Boa Vista).
A mobilização tem o objetivo de reivindicar esclarecimentos da Prefeitura Municipal de Campina Grande sobre a forma de destinação final dos resíduos sólidos do município, visto que a coleta seletiva ainda não foi implantada e o funcionamento do atual aterro não está adequado. “Para ser considerado aterro, este local só deveria receber ‘rejeitos’ que são aqueles materiais que não têm nenhuma forma de aproveitamento. A coleta seletiva deveria ter sido implementada antes do funcionamento do aterro, o que daria a possibilidade dos catadores trabalharem, já que eles mantém suas famílias com o que arrecadam da venda dos recicláveis”, explica Mary Alves assistente social e coordenadora do Projeto “Cooperar para melhor coletar” do Centro de Ação Cultural (Centrac).
Além desta reivindicação, os manifestantes pedem que sejam dadas condições para o desenvolvimento do seu trabalho, conforme preconiza a Lei nº 12.305/10, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) e o Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos. Desde 2012, quando houve o fechamento do lixão que funcionava no Mutirão, os catadores que moravam no local e que sobreviviam da coleta, se sentiram prejudicados: “Na época recebemos uma cesta básica e uma ajuda de custo por cinco meses, e desde então ficamos sem trabalho e sem condições para manter as nossas famílias”, conta Walysson Gomes, catador do Mutirão.
“Agora os catadores se vêem prejudicados novamente, pois o material está sendo levado e aterrado todo nesta nova área sem qualquer triagem, tirando deles a possibilidade de coletar o material reciclável e abrindo um novo lixão em Campina Grande, degradando uma nova área”, explica Mary Alves.
Histórico
No dia 06 de julho deste ano, após uma denúncia da Prefeitura Municipal de Puxinanã, o aterro sanitário de Campina Grande que estava funcionando no município por meio de convênio, foi interditado. A gestão pública de Puxinanã alegou irregularidades como a ausência de tratamento do lixo depositado no local, ocasionando problemas ao meio ambiente e incomodando os moradores da localidade. No dia seguinte após a interdição, a Prefeitura de Campina Grande passou a depositar o lixo em um novo aterro, que estava sendo construído na zona rural da cidade, próximo ao Distrito de Catolé de Boa Vista. Desde essa data o lixo da cidade vem sendo depositado lá e aterrado sem triagem, de acordo com a denúncia dos catadores.
Fotos: Portal G1 Paraíba.