Na manhã desta quinta-feira, 29 de outubro, o presidente da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), Newton Lima Neto, visitou as instalações do Hospital Universitário Alcides Carneiro (HUAC) da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG). Durante o encontro, que aconteceu no auditório do HUAC a convite do reitor da UFCG José Edilson Amorim, o presidente fez uma apresentação institucional da Ebserh, ouvindo as posições da comunidade e esclarecendo dúvidas.
Na ocasião, foram convidados a compor a mesa o reitor José Edilson Amorim, a diretora do HU, Berenice Ferreira, o presidente da Ebserh, Newton Lima, a secretária de saúde, Luzia Pinto, representando o prefeito Romero Rodrigues e o presidente do Conselho Municipal de Saúde de Campina Grande (CMS) Joseilton Brito. Também estavam presentes representantes do Fórum em Defesa do SUS, o Centro de Ação cultural – Centrac, funcionários do HU, estudantes e usuários. A diretora do HU, Berenice Ferreira, reforçou durante sua fala a posição do HU em relação a adesão da Ebserh. “Todos sabem e enquanto representante eu tenho que defender, o Hospital Universitário disse não a adesão à Ebserh e desde o início a gente queria essa oportunidade, de discutir o que a gente quer”, afirmou Berenice.
O presidente Newton Lima explicou o modelo de gestão da Ebserh que é vinculada ao Ministério da Educação (MEC), uma empresa pública de direito privado, 100% financiada pelo poder público, apresentando sua missão e seus objetivos. “Não existe porta para privatização na Ebserh, é contra a lei. Nós somos uma rede que proporciona a potencialização dos funcionários nos hospitais e queremos ser referência na melhoria do Sistema Único de Saúde no Brasil”, ressaltou Newton Lima. De acordo com os dados apresentados por Newton, das 35 universidades brasileiras, 27 estão com contrato com a Ebserh, 1 não pode realizar a contratação e 7 estão sem contrato. Após a apresentação de Newton Lima, foi aberto um debate.
Durante o momento de debate, a plenária se manifestou contra a adesão à Ebserh, reafirmando a decisão tomada pela comunidade universitária. Eles exibiram cartazes e faixas pelo auditório e espalharam folhetos contra a Ebserh. “Sempre temos a resposta de que a culpa é a precarização, mas quem precarizou foi o próprio governo. Eu vejo a Ebserh como um atravessador nesse meio de campo, porque precisamos dela se os recursos são os mesmos?”, questionou Berenice Ferreira.
“A Ebserh não está aqui para disputar nada, quem tem o poder de decisão aqui são vocês. Os recursos existentes hoje para reestruturação dos hospitais, através do programa Rehuf, continuarão existindo. Mas existe uma decisão do governo federal de não contratar mais servidores da saúde para os hospitais federais através do Regime Jurídico Único (RJU), o que inviabilizaria novas contratações por essa modalidade”, afirmou Newton, falando sobre outras alternativas que os hospitais podem tomar. “Os caminhos que existem são esses: ou continuamos lutando pra que tenhamos novas vagas no RJU, ou que tenham mudanças na política para concursos públicos, ou continuamos do jeito que estamos ou aderimos a Ebserh”, concluiu.