Agricultores e agricultoras celebram dois anos de existência da Feira Agroecológica de Aroeiras-PB

Publicado por Thaynara Policarpo
Campina Grande, 13 de dezembro de 2016

15385328_1136543549799220_3046554713914699539_oNo último sábado (10), as 15 famílias integrantes da Feira Agroecológica de Aroeiras, no Agreste Paraibano, celebraram os dois anos de criação do espaço. Os agricultores e as agricultoras fazem parte do Fórum de Lideranças do Agreste (Folia), uma das microrregiões da Articulação do Semiárido Paraibano (ASA Paraíba) e contam com apoio do Projeto “Da Roça à Mesa” desenvolvido pelo Centro de Ação Cultural (Centrac) e com a parceria da Fundação Banco do Brasil e do Comitê Católico Contra a Fome a Favor do Desenvolvimento (CCFD).

Uma programação especial foi organizada para comemorar a data. Como fazem todos os sábados, as famílias levaram uma diversidade de produtos como hortaliças, ovos de galinhas de capoeira, queijo, requeijão, doces, cocadas, bolos entre outros para o espaço em frente ao Galpão da Rodoviária, no Centro da Cidade. Desta vez, com degustação de alimentos aos visitantes como mungunzá, queijo e bolos. Algumas receitas novas foram incorporadas em razão da celebração como o doce de jerimum e o doce e a cocada de facheiro, uma cactácea presente na região.

15493503_1136544003132508_1602109994139686898_oCom apoio de um carro de som e a distribuição de panfletos, os feirantes dialogaram com a população, houve ainda a apresentação da banda de pífanos Santa Luzia, formada por jovens da comunidade Papagaio, que chamou a atenção da população e animou os presentes, que caíram na dança.

Através de uma parceria com o Programa Nacional de Inclusão de Jovens (ProJovem) na modalidade Campo, os agricultores levaram para a feira mais uma barraca com artesanatos produzidos pelos cerca de 90 jovens rurais de seis comunidades atendidas pelo programa no município. “A gente acha muito importante esse tipo de parceria, até porque os jovens têm uma presença na feira, a ideia é que a barraca deles aqui se torne permanente”, explica a agricultora Solange Araújo, do Sítio Bernardo, uma das coordenadoras da feira.

15493733_1136543713132537_6732935483604674248_oSolange conta ainda que nos dois anos de existência na feira, além da escassez de água, um dos principais desafios é o transporte dos produtos até a cidade: “Estamos iniciando o nosso fundo da feira, os integrantes vão passar a contribuir com uma quantia mensal e nosso sonho é, no futuro, comprarmos um carro para fazer o transporte, que é hoje ainda é feito em motos, com muita dificuldade”, disse.

Marlene Matias Pereira, é outra integrante da coordenação da feira, que se reúne todas as segundas quintas-feiras de cada mês. A agricultora, também do Sítio Bernardo, comercializa queijos, manteiga da terra, requeijão e nata na feira, que vem das sete vacas que sua família cria. Ela e o marido vendem 10 kg de queijo por feira e se dizem satisfeitos com a experiência. Para Marlene, a chegada das cisternas do Programa P1+2 (Uma Terra e Duas Águas) foi o que permitiu a produção de excedentes para a comercialização nas feiras. “Antigamente a gente sofria muito, em um tempo de seca desses, a gente estava atrás de água salobra nos rios, barreiros, hoje é outra coisa. Eu acho que estamos aqui comemorando o fato da gente ser guerreiro, não desistir”, comenta ela.

15418319_1136543926465849_8249216265564639582_oA feira já conquistou uma clientela fiel, que vem à procura de uma alimentação saudável, sem o uso de qualquer agrotóxico ou transgênicos. Um deles é seu Filomeno Pereira de Andrade, consumidor da feira desde a sua inauguração. “Eu acho muito bom, importante eles plantarem sem veneno. Já tive problemas de saúde com uma melancia que comprei e me deixou muito doente, então é importante isso aqui”, disse.

A programação foi encerrada com o sorteio de uma rifa, promovida em prol da feira.