“Comida que Alimenta” é tema de Oficina em Escola de assentamento em Campina Grande

Publicado por Thaynara Policarpo
Campina Grande, 9 de outubro de 2019

Alunos e alunas da Escola Municipal Almirante Tamandaré, no Assentamento José Antônio Eufrozino, em Campina Grande-PB, participaram da Oficina “Comida que Alimenta”, realizada pelo Centro de Ação Cultural – Centrac e  a Plataforma Mercosul Social e Solidário, em parceria com o Fórum Paraibano de Segurança e Soberania Alimentar e Nutricional – FPBSSAN. A atividade faz parte das ações do Centrac alusiva ao Dia Mundial da Alimentação, 16 de Outubro.

Alunos de várias turmas da escola participaram da oficina, que teve como objetivo realizar um debate com as crianças sobre a comida que alimenta e também a pesquisa nos quintais em busca da diversidade dos alimentos, das sementes, das plantas medicinais e dos sabores, saberes e conhecimentos tradicionais associado à agrobiodiversidade.

No primeiro momento, as crianças falaram sobre suas comidas favoritas: lasanha, pamonha, uva, cuscuz, feijão, tapioca, manga, banana, torta de frango, salada de frutas, sorvete entre outras e discutiram ainda sobre os benefícios de consumir um alimento que vem do quintal ou é beneficiado em casa e aqueles que vêm do supermercado. Em seguida, assistiram ao filme “Comida que alimenta” produzido pelo Centro Sabiá, reforçando o debate sobre alimentação saudável. “As coisas do supermercado têm muitos conservantes e não fazem bem à saúde, mas as da feira são todas naturais e só fazem bem”, disse a estudante Maria Cristina de Souza, 10 anos, filha de agricultores.

No segundo momento, a facilitadora da Oficina, Madalena Medeiros do Centrac, convidou os alunos a visitarem uma pequena feira montada na escola pelo Centrac, com a ideia de conhecerem mais sobre as sementes e os produtos que podem ser beneficiados nas propriedades de forma agroecológica, sem conservantes e livres de agrotóxicos e transgênicos.

Na feira, tinha 29 variedades de sementes: castanha de caju, sementes de girassol, gergelim, feijões, favas, entre outras. E ainda alimentos como bolo de pé de moleque, bolo de mandioca, mel e brigadeiro à base de rapadura. Como resultado dessa atividade a escola assumiu o compromisso de motivar a pesquisa da biodiversidade dos quintais, valorizando as sementes da paixão (crioulas), como fonte da comida que alimenta.

“É muito produtivo ter uma oficina assim, onde as crianças podem tirar algumas dúvidas sobre os alimentos que compram no mercado e os alimentos que vem das feiras. Isso é bom pra escola e para os alunos”, disse a professora Edjailma Souza Melo, do 4º e 5º ano. “Eu não conhecia a semente de aroeira da praia (pimenta rosa) e também a do arroz. Eu não sabia que o arroz podia ser plantado, achei que fosse algo feito pela indústria como o macarrão. Eu acho muito bom que tenha coisas assim na escola”, contou a aluna Maria Cristina de Souza.

Como encaminhamento do trabalho, as crianças irão construir painéis com os materiais encontrados nos quintais das casas que serão expostos na Feira Regional Agroecológica, realizada no dia 16 de outubro, na Praça da Bandeira em Campina Grande. A escola também recebeu sementes para construir os painéis e ainda alguns materiais informativos, cadernos de receitas agroecológicas e mudas de morango, camomila e de algumas plantas medicinais. A atividade contou com o apoio financeiro da cooperação internacional Misereor, CCFD Terra Solidária e Fundação Banco do Brasil Voluntariado – FBB.