Mulheres levantam bandeiras de luta nas ruas centrais de Campina Grande-PB no 8 de março

Publicado por Thaynara Policarpo
Campina Grande, 9 de março de 2021

“Hoje é dia de luto e de luta e nós não vamos arredar o pé. Nós temos força e resistimos há séculos!”, com esta fala a socióloga e assessora técnica do Centro de Ação Cultural – Centrac, Patrícia Sampaio, convida todas as pessoas presentes no Pit Stop “Unidas por Justiça e Direitos nas redes e nas ruas” a refletirem sobre o papel das mulheres na sociedade. A atividade aconteceu na manhã da segunda-feira, 8 de março, Dia Internacional da Mulher, nas ruas centrais de Campina Grande-PB.

Durante sua fala, Ana Patrícia ressaltou os desmontes das políticas de proteção e geração de renda para as mulheres. “Nós estamos aqui para lembrar os feminicídios que estão na conta desse governo genocida. Lembrar que a agricultura familiar que traz o alimento para as nossas mesas também está ameaçada. Nós somos responsáveis pela reprodução da vida e não só pela vida humana, somos guardiãs e reprodutoras de sementes que também estão sendo envenenadas pela quantidade de agrotóxicos que este governo tem liberado a cada dia”, afirmou a socióloga.

Nas faixas, cartazes e falas, as mulheres denunciaram a sobrecarga do cuidado no ambiente doméstico, as relações desiguais de trabalho, a invisibilidade das contribuições na geração do conhecimento e na preservação da vida e a luta pela vacina contra a Covide-19. Para Chirlene dos Santos, Trabalhadora doméstica, o 8 de março é dia de denúncia e ressalta que o trabalho doméstico vem sofrendo desmontes e sendo convertido em uma escravidão atualizada. “Temos um governo que só vem desmontando as nossas conquistas, o presidente foi o único deputado que votou contra a nossa PEC das Domésticas e hoje coloca o trabalho doméstico como essencial, mas quando falamos em direitos, não somos essenciais. Nós geramos lucro para esse país e queremos ter direitos iguais aos demais trabalhadores”, ressaltou a trabalhadora doméstica.

A idosa Josefa Tavares dos Santos, do bairro das Malvinas, esteve presente no Pit Stop e aproveitou para parabenizar as mulheres e relembrar uma luta importante para 2021 que é a vacina. “Eu quero parabenizar minhas filhas, as professoras e todas as mulheres que lutam por nossos direitos e passaram por tantos momentos difíceis nessa pandemia. Desejo muito que a vacina chegue para todas, ainda não estou nas prioridades, porque pessoas mais velhas devem ter preferência, mas temos que continuar lutando pra que a vacina seja um direito de todas nós”, ressaltou Josefa.

O Pit Stop contou com a participação de jovens, trabalhadoras domésticas, estudantes, profissionais de várias categorias e representantes de movimentos sociais e organizações de mulheres, entre elas o Centrac; o GT Mulheres e Agroecologia da Articulação do Semiárido Paraibano – ASA PB; a União Brasileira de Mulheres (UBM) CG; Bike Anjas CG; Projeto Batalha do Pedregal; Enegrecida Projeto; Bruta Flor Coletivo Feminista; Leia Mulheres CG; Associação das trabalhadoras Domesticas de Campina Grande, Sindicato dos Trabalhadores Públicos Municipais do Agreste da Borborema – Sintab; Levante Popular da Juventude; Coletivo Alguma Coisa; Movimento de Mulheres Olga Benário; Sambada Lunar; Ipê Espaço Terapêutico; Coletivo Compor e Aduepb/Andes e Gabinete da Vereadora Jô Oliveira (PCdoB).

Fotos: Bianca Liege