Nos dias 27 e 28 de julho, famílias de 5 comunidades rurais de Campina Grande receberam 200 cestas com alimentos, doadas pelo Centro de Ação Cultural – Centrac em parceria com o CCFD – Terre Solidaire, organização católica francesa, e a Plataforma Mercosul Social e Solidário – PMSS.
As comunidades beneficiadas foram a Serra Joaquim Vieira, Castelo, Sítio Tambor, Assentamento Vitória e Acampamento Quebra Quilos. As famílias receberam feiras com três categorias de produtos, totalizando 48 itens: alimentos produzidos pela da agricultura familiar de base agroecológica, entre eles: batata doce, macaxeira, feijão, farinha, fava, manteiga da terra, banana e laranja; alimentos não produzidos pela agricultura familiar, a exemplo do café e do açúcar e material de limpeza e higiene, priorizando nos materiais de higiene pessoal as necessidades das mulheres.
A ação faz parte do projeto “Reduzindo os impactos da fome nas comunidades rurais do agreste paraibano” que tem como objetivos contribuir para a redução dos impactos provocados pela pandemia, fortalecer a produção de alimentos agroecológicos e oferecer informação nas comunidades de intervenção do Centrac sobre as consequências da ausência governamental durante a pandemia.
O agricultor familiar Francisco Alves Pereira, integrante da Associação dos Agricultores/as do Assentamento Quebra Quilos, falou sobre o impacto na produção com 100% de perda na cultura do milho, devido à escassez de chuva. “Essa é a maior lavoura que a gente tem e ninguém vai conseguir lucrar aqui porque tivemos pouca chuva e não deu para produzir. O milho está pouco. Todos que estão aqui precisam de alimentação, temos que comprar e principalmente quando não lucramos”, afirmou o agricultor.
“Comida é direito e não favor. Esse direito está garantido na constituição e o povo precisar saber e exigir. Se falta comida é dever do estado brasileiro promover, respeitar, proteger e prover a alimentação da população. Alguns alimentos da feira, como a batata, a macaxeira, o feijão, são produtos da agricultura familiar de base agroecológica, produzidos por agricultores das regiões que tiveram mais chuva e lucro. O óleo e a carne são produtos do agronegócio, são commodities. A alimentação deixou de ser um direito e passou a ser mercadoria que sobe de acordo com o dólar”, ressaltou a engenheira agrícola do Centrac, Madalena Medeiros.
Para a liderança e agricultora familiar Josefa Gomes, da Serra Joaquim Vieira, as cestas distribuídas são de grande importância para as famílias que precisam comprar alimentos e não lucraram com o plantio. “Essas cestas poderão contribuir com a alimentação das famílias, principalmente diante da dificuldade que a gente está vivenciando nesse ano de pandemia. A gente não teve lucro e essas cestas básicas são muito importantes para a nossa sobrevivência.
O projeto irá distribuir um total de 700 cestas. Além Campina Grande, os municípios de Puxinanã, Aroeiras e Mogeiro, também serão beneficiados.