Entre memórias e histórias, o Carnaval e a cultura popular em Campina Grande foram os pontos de partida para o debate conduzido pelo historiador e produtor cultural Herbert Andrade, durante a primeira roda de conversa sobre “Caminhos para a Cultura Popular e Tradicional em Campina Grande”.
O evento aconteceu no dia 28 de março, no Museu de Arte e Ciência de Campina Grande (MAC), reunindo artistas e fazedores de cultura de diversas expressões, como capoeira, quadrilhas juninas, maracatu, forró, teatro e outras manifestações tradicionais. A iniciativa foi promovida pelo Comitê de Cultura da Paraíba, por meio da OSC CENTRAC.
A programação teve início com uma apresentação de contação de histórias realizada pela atriz Joana Marques, acompanhada do artista Pedro Rot, encantando o público com a arte da oralidade. Em seguida, Flávia Espinosa, assessora de projetos do Comitê de Cultura da Paraíba, apresentou o comitê, explicando sua atuação, os territórios que atende e sua importância para a valorização e fortalecimento da cultura popular no estado. O momento também contou com a participação da Balaio Nordeste, organização que integra o Comitê de Cultura da Paraíba, em João Pessoa, representada por Joana Alves, presidente da Balaio Nordeste, Henrique Sampaio, vice-presidente e Lúcia França vice-presidente e coordenadora executiva do Comitê de Cultura da Paraíba.
O historiador Herbert Andrade trouxe uma retrospectiva sobre o Carnaval, o maracatu e outras manifestações populares e tradicionais de Campina Grande, relembrando suas origens, curiosidades e como essas expressões culturais ainda se manifestam na atualidade. Durante o debate, foi perceptível a receptividade do público à temática, que, além de acompanhar o resgate histórico apresentado, também compartilhou lembranças particulares sobre essas manifestações culturais. Também foram levantadas diversas questões, como a necessidade de maior atenção à capoeira, o espaço reduzido para o forró tradicional no São João de Campina Grande, o fortalecimento das quadrilhas juninas e a urgência de mapear os mamulengos. Também foi destacada a importância de reunir o segmento da cultura popular e tradicional para construir estratégias conjuntas.
A coordenadora do Comitê em Campina Grande, Savanna Aires, destacou a relevância do evento para a escuta ativa dos artistas e fazedores de cultura. “Este é o nosso primeiro encontro, mas essencial para que possamos, a partir dessa retrospectiva histórica, pensar caminhos para dialogar com esse segmento, mapear e construir estratégias e políticas públicas”, ressaltou.
O advogado e bonequeiro Claudionor Vital, que também participou do evento, reforçou a importância do Comitê no mapeamento dos bonequeiros da região, uma arte que tem sofrido um apagamento progressivo, mas que continua cativando o público. “As pessoas se conectam com os bonecos, conversam, riem e interagem. Desde que vi uma apresentação, me apaixonei e sigo experimentando o teatro de bonecos até hoje”, compartilhou.
Álvaro Fernandes, coordenador de cultura do SESC Campina Grande, esteve presente no evento e ressaltou que existe uma tentativa de apagamento do Carnaval e de outras expressões tradicionais, que vêm perdendo espaço para grandes festas, mas que resistem por serem expressões populares. “O Carnaval é o povo que faz, e é por isso que ele resiste”, afirmou.
Para finalizar o evento, houve a apresentação de Pablo da Rabeca & Quarteto Bem Temperado, trazendo a força da música popular para o encerramento da noite.
O evento marcou um passo importante para o fortalecimento da cultura popular e tradicional na cidade, abrindo caminhos para novas ações e diálogos entre os fazedores de cultura.
O Comitê de Cultura da Paraíba integra o Programa Nacional dos Comitês de Cultura (PNCC), uma iniciativa da Secretaria dos Comitês de Cultura, vinculada ao Ministério da Cultura (MinC).