Após quatro anos de trabalho voltado à inovação sociotécnica no campo, o Projeto SIRIEMA (Sistema de Reúso de Águas e Manejo Agroecológico) lança seu Plano de Continuidade, que reúne diretrizes para a ampliação e consolidação do sistema de reúso seguro de águas cinzas no Semiárido brasileiro. A iniciativa é fruto de um esforço coletivo entre organizações da sociedade civil, universidades, técnicos e famílias agricultoras comprometidas com a convivência com o Semiárido e a promoção da justiça hídrica.
A publicação também tem como objetivo mobilizar novos parceiros e unificar esforços para garantir a continuidade da disseminação da tecnologia, além de consolidar arranjos colaborativos que ampliem sua aplicação e aprofundem a pesquisa sobre seus impactos.
A publicação apresenta caminhos estratégicos para que a experiência do SIRIEMA se torne referência para políticas públicas de saneamento rural, segurança hídrica e fortalecimento da agricultura familiar. O sistema de reúso — baseado na dupla filtração da água cinza proveniente de pias, lavanderias e chuveiros — foi testado e adaptado em diferentes contextos territoriais do Cariri Paraibano (PB), demonstrando resultados promissores na redução da dependência hídrica, no aumento da produção agroecológica e na melhoria das condições sanitárias das famílias envolvidas.
O Plano de Continuidade propõe uma agenda de ação organizada em torno de cinco eixos prioritários — eixos esses que também buscam estruturar a governança e o financiamento coletivo necessários para a ampliação e manutenção da tecnologia em novos territórios. São eles: o fortalecimento das assessorias técnicas territoriais, o aprimoramento do monitoramento sanitário participativo, a formação continuada com enfoque popular e agroecológico, a incidência política junto a conselhos e esferas institucionais, e a produção e circulação de materiais educativos voltados à mobilização social. Esses eixos foram definidos a partir dos aprendizados do projeto e visam garantir que novas experiências possam ser implementadas com solidez, segurança e protagonismo das comunidades.
Mais do que uma proposta técnica, o plano reafirma que soluções construídas coletivamente — Quando monitoradas por uma rede de pesquisa científica, técnica e popular — têm potência para transformar realidades e inspirar políticas públicas que respeitem os saberes populares, os modos de vida no campo e os direitos das populações do Semiárido.
Para conferir o Plano, CLIQUE AQUI!
Fonte: WTT