Cerca de 35 catadores/as que residem no Bairro do Mutirão, em Campina Grande e estão organizados para a Construção da Cooperativa CataCampina, em processo de encubação, participaram no dia 29 de julho, da Oficina de Construção de Empreendimentos Solidários, promovida pelo Centro de Ação Cultural – Centrac. A organização em torno da CataCampina é resultado das ações do Projeto “Cooperar para Melhor Coletar” e a Vida Melhorar: Ações de Contribuição para a Melhoria das Condições de Vida e Trabalho dos Catadores/as dos municípios de Campina Grande, Lagoa Seca e Queimadas. Para auxiliar os catadores e catadoras neste processo a equipe do Projeto, desenvolvido pelo centro de Ação Cultural – CENTRAC e coordenado pela assistente social Mary Alves, realizou a oficina com o grupo.
O evento iniciou na sede do CENTRAC a partir das 8h30. No primeiro momento, os catadores e catadoras assistiram uma animação sobre o trabalho coletivo, abrindo espaço para uma discussão sobre o tema a partir de duas perguntas: É bom trabalhar em grupo? Quais os benefícios que o trabalho coletivo proporciona? Após o debate, foi apresentado o vídeo “História do Cooperativismo”, com o intuito de trabalhar em grupo os sete princípios do Cooperativismo: Adesão Voluntária e livre; Gestão democrática; Participação econômica dos cooperados; autonomia e independência; Educação, formação e informação; Intercooperação e Interesse pela comunidade. Ainda pela manhã, a equipe do Projeto trabalhou, com o auxílio de um painel ilustrado com partes destacáveis, os aspectos jurídicos para a formação de uma cooperativa.
Visita de intercâmbio – No período da tarde, o grupo visitou Cooperativa de Catadores e Catadoras de Materiais Recicláveis de Campina Grande (CATAMAIS), para observar e conhecer, na prática, o funcionamento de um empreendimento. “Os Catadores do Mutirão estão em processo de formação e hoje nós visitamos a CATAMAIS que é uma das cooperativas mais organizadas da Paraíba para observar como funciona o trabalho organizado. A organização dos/as catadores/as tem dado certo e proporcionado melhorias nas condições de vida e trabalho dos/as mesmos/as.”, afirmou Mary Alves.
Durante a visita, os/as catadores/as ouviram as experiências dos/as cooperados/as da CATAMAIS sobre como é realizada a separação do material, a utilização dos equipamentos, a divisão de tarefas, as rotas por bairros, os horários de trabalho e preços dos produtos. O presidente da CATAMAIS, Claudomiro Nicolau dos Santos explicou para os/as catadores/as como deve ser feita a contabilidade do empreendimento. “A gente não pode deixar que a cooperativa seja inativa no departamento de contas, temos que anotar tudo, o que entra e o que sai, o dinheiro que foi pago aos cooperados, passagens e até gastos com alimentação”, disse Claudomiro.
Para a catadora do Mutirão Maria José Gama de Souza, 30 anos, a oficina contribuiu para que ela entendesse na teoria e na prática como funciona uma cooperativa, “aqui tem muita coisa que eu nem sabia que a gente podia vender é um momento também que a gente pode tirar dúvidas, se fortalecer. Eu to muito feliz e nossa cooperativa vai sair!”, comentou.