O abastecimento de água do município de Campina Grande foi tema de reunião extraordinária realizada, no dia 25 de agosto, pelo Conselho Municipal de Saúde de Campina Grande (CMS – CG). A reunião teve início às 14h no auditório do Conselho para informar os conselheiros de saúde e a comunidade em geral sobre a real situação do abastecimento de água do município; A qualidade da água que está sendo consumida pela população campinense; Quais alternativas estão sendo estudadas e/ou analisadas para amenizar os efeitos de um possível colapso hídrico; Qual política pública de prioridade será realizada para amenizar os efeitos desta crise hídrica em relação aos grupos mais vulneráveis (crianças, idosos, pessoas com necessidades, comunidades mais carentes e excluídas dos equipamentos sociais) e de que forma os hospitais, centros e unidades de estão se preparando para um possível colapso hídrico.
Para discutir estes pontos o CMS-CG contou com a participação da procuradora do Ministério Público Federal Adriana Amorim, do diretor regional da Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (Cagepa) Simão Almeida e do Secretário de Obras André Agra. Também estavam presentes a diretora do Hospital Universitário (HU) e vice presidente do CMS, Berenice Ferreira, o vereador Napoleão Maracajá (PC do B), a secretária de saúde do município, Luzia Pinto, um representante da Agência de Gestão das Águas do Estado da Paraíba (AESA), funcionários da área da saúde, Centro de Ação Cultural – CENTRAC, estudantes, movimentos sociais e usuários da saúde.
Durante a reunião, a plateia levantou uma série de questionamentos e sugestões, em sua maioria relacionada aos problemas que os hospitais e unidades de saúde enfrentam com a falta de água. “As doenças de veiculação hídricas só aumentam com a falta de água, já suspendemos diversas atividades no hospital, porque não temos água suficiente para atender o usuário”, ressaltou a diretora do HU Berenice Ferreira. De acordo com o diretor regional da Cagepa, Simão Almeida, as unidades de saúde devem aumentar suas reservas de água. “Infelizmente não podemos retirar os hospitais e unidades de saúde do racionamento, pois a rede de água é uma só. A solução é que as unidades de saúde façam poços ou aumentem a capacidade de reserva para que a água dure até o fim do racionamento”, afirmou Simão Almeida.
A secretária de saúde do município, Luzia Pinto, informou que, para economizar água dos hospitais geridos pela Prefeitura, todo o serviço de lavanderia de rouparia hospitalar será concentrado no Hospital Municipal Pedro I. “A unidade possui um reservatório com capacidade de 120 mil litros e um segundo que comporta até 24 mil, captando água da chuva. Além de um poço com vazão de mil litros por hora”, explicou Luzia.
A coordenadora do Programa Controle Social da gestão Pública do CENTRAC, Sonia Marinho, falou sobre o novo modelo de desenvolvimento que Campina Grande precisa assumir, tirando lições dos efeitos desse modelo que não se preocupa com a sustentabilidade ambiental, parecendo não considerar que a população cresceu e a capacidade de armazenamento do açude diminuiu.
Simão Almeida ressaltou que Campina Grande ainda tem água de qualidade para abastecer a cidade, mas que o problema não está somente na falta de chuva e na evaporação, mas em como a população está consumido a água. “Não adianta fazer racionamento e continuar com os mesmos hábitos de consumo. Precisamos reutilizar a água e não desperdiçá-la lavando carros e calçadas”, falou Simão, explicando ainda que o plano B é esperar a conclusão da obra da transposição do Rio São Francisco, prevista para 2016. A plateia também contribuiu com algumas sugestões, como providenciar com mais rapidez os consertos dos vazamentos nos bairros e lavanderias; Que o combate ao furto de água do açude seja eficaz e que seja implementado o incentivo do reuso de água e aproveitamento de água de chuva.