Na última quarta-feira, 17 de agosto, o Centro de Ação Cultural – CENTRAC participou de uma roda de conversa promovida pela Escola Estadual de Audiocomunicação – EDAC, em Campina Grande, para discutir o tema agricultura familiar e alimentação saudável. A atividade contou com a participação de alunos surdos do Curso de Educação de Jovens e Adultos – EJA e professores da escola.
Durante a roda de conversa, que teve tradução em libras, a assessora técnica do CENTRAC, Madalena Medeiros, apresentou um mostruário de sementes da paixão (crioulas) que expressa a diversidade das sementes cultivadas pelas famílias agricultoras e um painel com um agroecossistema familiar de base agroecológica, composto pelos subsistemas horta, pomar, plantas medicinais, criação animal e roçado que expressam a diversidade dos agroecossistemas familiares de base agroecológica e algumas tecnologias de convivência com o semiárido, tais como: cisternas de água de beber e de produção, biodigestor, sistema de reuso de água, barramento de base zero, fogão agroecológico, estocagem de forragem pelo método de fenação, cercas vivas, campos de forragem e com espécies florestais. A partir do painel os alunos puderam tirar dúvidas e conhecer mais sobre o trabalho de convivência com o Semiárido que a instituição vem desenvolvendo na região do Agreste Paraibano, no território do Fórum de Lideranças do Agreste – Folia.
Foi abordado ainda a importância do consumo de alimentos livres de transgênicos e agrotóxicos; a valorização, multiplicação e conservação das sementes crioulas (da paixão) e apresentado o vídeo “Agroebiodiversidade: herança de vó para neto”, que conta a história da conservação, armazenamento e multiplicação das sementes crioulas do agricultor Givanildo Albuquerque, que herdou de sua avó a semente do milho sabugo fino, preservada pela família há mais de 100 anos.
Segundo a pedagoga Irenita Ferreira, o objetivo da escola é estimular o debate sobre o tema alimentação saudável com os alunos. “É importante discutir com os alunos sobre a boa alimentação, mas não só isso, é importante saber de onde vem os nossos alimentos, como eles são produzidos”, afirmou Irenita. Para a professora, essas ações vêm fortalecer os projetos desenvolvidos pela escola, que agora está iniciando uma horta com a participação dos alunos.
Ao término da atividade, o CENTRAC disponibilizou alguns materiais para a biblioteca da escola: cartazes da Campanha “Multiplique Sementes Crioulas: Conserve Memória no Mundo”; um pequeno manual de construção de tecnologias sociais e uma cartilha sobre sementes crioulas.