Na última sexta-feira (19), artesãs e artesãos, catadoras e catadores de materiais recicláveis, agricultoras e agricultores, jovens, povos de comunidades tradicionais, organizações de apoio e assessoria e representantes do poder público participaram da 4ª CONAES – Conferência Intermunicipal de Economia Popular e Solidária da Região Agreste do estado da Paraíba. Organizações que compõem a Articulação do Semiárido Paraibano (ASA PB) estiveram presentes, como o Centro de Ação Cultural (CENTRAC), o PATAC, a ASPTA Agroecologia, a SPM, CPT e CEOP.
O evento foi realizado em Campina Grande pela Comissão Intermunicipal da Região Agreste, composta por representantes dos empreendimentos econômicos e solidários, organizações de assessoria e Governo Estadual da Paraíba, por meio da Secretaria Executiva de Segurança Alimentar e Economia Solidária (SESAES/SEDH). A conferência reuniu representantes de 30 municípios da região e cerca de 150 participantes.
Com o tema “Economia Popular e Solidária como Política Pública: construindo territórios democráticos por meio do trabalho associativo e da cooperação”, o evento teve como objetivo debater e orientar a construção de políticas públicas para fortalecer a economia solidária no Estado. Também promoveu reflexões sobre a realidade local, considerando o contexto socioambiental, cultural, político e econômico que influencia a vida dos praticantes da economia popular e solidária. As discussões ofereceram subsídios para programas e planos que serão debatidos na conferência estadual e na etapa nacional da 4ª CONAES.
A mesa de abertura e boas vindas foi composta por Rita de Cássia Campos Costa Gonçalves e Carlos Apolinário, representando o Fórum Estadual de Economia Solidária; Julio Balbueno, representando o Ministério Público do Trabalho; Roberto Beltrão, Secretário Executivo de Segurança Alimentar e da Economia Solidária do Governo do Estado, SDH/SESAES; Jô Oliveira, Vereadora do município de Campina Grande, Marissandra Porto, Secretária de Indústria, Comércio e Turismo de Pocinhos; Maria José Batista Bezerra de Melo, Pró-Reitora de Extensão e Cultura do Instituto Federal de Educação da Paraíba (IFPB); e Francisca Aparecida, Rede de Fundos Rotativos Solidários da Articulação do Semiárido Paraibano (ASA PB). Em sua fala de boas-vindas, Aparecida reafirmou que a economia solidária e a agroecologia são caminhos para fortalecer a agricultura familiar no estado.
Após a leitura e aprovação do regimento interno da Conferência pela plenária, o professor PhD Cidoval Morais, do Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Regional da Universidade Estadual da Paraíba, fez uma análise de conjuntura sobre a economia solidária, apontando desafios e perspectivas.
No período da tarde, grupo de trabalho foram formados, seguindo as orientações metodológicas da 4ª CONAES, para trabalharem os seguintes eixos: balanço das políticas públicas e análise de conjuntura que afetam a economia popular e solidária nos territórios; e propostas de ação para o fomento e desenvolvimento da economia popular e solidária nos territórios. As áreas temáticas abordadas foram: realidade socioambiental, cultural, política e econômica; produção, comercialização e consumo; financiamento, crédito e finanças solidárias; educação, formação e assessoramento técnico; e ambiente institucional: legislação, gestão e integração de políticas públicas.
As propostas elaboradas foram apresentadas e validadas na plenária final. Em seguida, houve a eleição das delegadas e delegados para a etapa estadual, que será realizada em João Pessoa e contará com representação dos segmentos de empreendimentos, entidades de apoio e agentes públicos que representam a economia solidária da região.
As Conferências são instrumentos de exercício da democracia que reúnem representantes do governo, da sociedade civil organizada e de entidades de assessoramento para debater políticas públicas. Neste sentido, “a 4ª CONAES se apresenta como um importante espaço de reconstrução da política de Economia Solidária e fortalecimento das várias expressões de economia e finanças solidárias no campo e na cidade que, sob a forma de autogestão, buscam o bem viver”, afirmou Patrícia Sampaio, assessora técnica do CENTRAC e integrante da Comissão Organizadora da Conferência.