MST faz manifestações em BRs da PB pela liberdade de Sem Terra presos em Campina Grande

Publicado por swadmin
Campina Grande, 27 de maio de 2009

Nesta quarta-feira, dia 27 de maio, o Movimento dos Trabalhadores Rurais da Paraíba (MST-PB), está fechando as BRs em 6 pontos do Estado da Paraíba: O trecho entre Patos e Condado (BR 230), no Sertão; próximo as cidades de Monteiro (BR 101, km 83), Caaporã (BR 101 divisa entre os estados da PB e PE), Remígio (Rodovia PB 75) e Mari (PB 073) e também no trecho próximo a São José da Mata (BR 230). O MST pede agilidade da justiça na liberação dos dois trabalhadores presos no dia 2 de maio, durante uma desocupação em uma fazenda, próximo ao município de Pocinhos.

 

As manifestações pacíficas tem o intuito de dialogar com a sociedade e exigir agilidade da justiça na soltura dos presos, que há 27 dias estão na Casa de Detenção do Monte Santo. Estão sendo distribuídos panfletos aos motoristas explicando o motivo das manifestações. O pedido de liberdade provisória dos dois trabalhadores que permanecem presos foi negado pela Juíza de Pocinhos, Adriana Maranhão Silva, diante disso, foi protocolado um Habeas Corpus, junto ao Tribunal de Justiça da Paraíba,  solicitando a libertação imediata dos presos políticos, mas até o momento o Desembargador-Relator Antonio Carlos Coelho da Franca não se pronunciou.

 

Um comitê de solidariedade ao MST e pela libertação dos presos foi formado em Campina Grande e conta com a participação de várias entidades como a ADUFCG, CENTRAC, SINTEP, entre outras. Na Paraíba o MST também conta com a solidariedade do Superintendente do INCRA, Frei Anastácio; Ouvidoria Agrária do INCRA-PB, Núcleo de Cidadania e Direitos Humanos da UFPB, Fundação Margarida Maria Alves, Comissão de Direitos Humanos da OAB-PB, Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, Centro de Defesa dos Direitos Humanos Dom Oscar Romero, Conselho Estadual de Defesa dos Direitos do Homem e do Cidadão, vereadora de João Pessoa Sandra Marrocos, vereador de João Pessoa Jorge Camilo, CUT-PB (Central Única dos Trabalhadores), Sintect-PB, Marcha Mundial das Mulheres e Assembléia Popular.

As circunstâncias da prisão

No dia primeiro de maio, 60 famílias de trabalhadores rurais sem terra acampados a margem da fazenda Cabeça de Boi, em Pocinhos-PB, viveram uma noite de terror. As famílias acampavam no intuito de pressionar o governo a agilizar o processo de assentamento.

Na madrugada, foram surpreendidos por um grupo de homens encapuzados que dispararam inúmeras vezes contra as famílias. A maioria dos trabalhadores rurais Sem Terra conseguiu escapar dos disparos entrando na mata fechada. Os homens encapuzados, acompanhados pelos proprietários da fazenda, de policiais militares e da guarda florestal atearam fogo nos barracos das famílias acampadas, destruindo seus pertences. Também incendiaram um veículo de um apoiador, que dava suporte ao acampamento.

Sete trabalhadores foram capturados e violentamente torturados. Seus corpos foram molhados com gasolina e eles ficaram horas sob a ameaça de serem incendiados vivos. Um dos trabalhadores torturados foi levado à casa grande da fazenda, que foi incendiada com ele dentro. No desespero ele conseguiu sair e salvar sua vida.

Além da repressão sofrida, estes trabalhadores foram detidos, sob a alegação de que teriam cometido os crimes de que foram vítimas: incêndio, porte ilegal de arma de fogo, e de terem disparado contra seus agressores.Dos sete detidos, cinco foram liberados, entre eles dois de menor, e os outros dois continuam presos no presídio do Monte Santo em Campina Grande.

Área para fins de Reforma Agrária

A fazenda Cabeça de Boi foi declarada pelo Governo Federal “área de interesse social para fins de reforma agrária”, em decreto assinado pelo Presidente da Republica em 4 de dezembro de 2008. A fazenda de 747 hectares de terra foi a área reivindicada pelas famílias sem terra que na noite do dia 1º de maio montaram acampamento as margens da BR 230 vizinha a fazenda.