A equipe do projeto “Cooperar para melhor coletar e a vida melhorar” do Centro de Ação Cultural (CENTRAC) encerrou, no último dia 24, o ciclo de cursos sobre Economia Solidária e Direitos Humanos com catadores (as) de materiais recicláveis dos municípios de Lagoa Seca, Queimadas e Campina Grande. A etapa fez parte das ações do projeto que está sendo desenvolvido pelo CENTRAC com o apoio do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), por meio da Secretaria Nacional de Economia Solidária (SENAES).
O encerramento do curso aconteceu durante os dias 23 e 24 de maio, sábado e domingo, na Fundação Sementes de Vida em Campina Grande – PB, reunindo cerca de 40 catadores dos bairros Cuités, Dinamérica e Serrotão para discutir o tema Economia Solidária e Direitos Humanos com o objetivo de oferecer aos catadores conteúdos que os permitissem melhorar a sua forma de trabalho, estimulando-os a se organizarem em empreendimentos econômicos solidários, como cooperativas e associações, que desenvolvem a coleta seletiva solidária.
Os cursos dessa etapa do processo de formação previsto no projeto tiveram início em 22 de novembro de 2014 e envolveram cerca de 360 catadores/as organizados e avulsos, divididos em 10 turmas com em média 40 catadores/as e carga horária de 16h. “Nosso objetivo com essa etapa da formação foi despertar principalmente os catadores e catadoras individuais, aqueles que desenvolvem seu trabalho ainda nas ruas e nos lixões, para entenderem a importância da organização com base na economia solidária, como forma primordial para melhoria das suas condições de vida e trabalho, e também como forma de acesso às políticas públicas necessárias para efetivar sua inclusão socioeconômica”, afirmou a Mary Alves, Coordenadora do Projeto.
Com a abordagem dos temas Economia Solidária e Direitos Humanos, os/as catadores/as discutiram sobre a diferença entre a economia solidária e a economia capitalista, o trabalho individual e o trabalho coletivo e a legislação que trata sobre o trabalho dos catadores e catadoras. “Eu acredito que o projeto só tem a somar com o nosso trabalho, esses dois dias foi muito importante pra gente conhecer os nossos direitos e o que a gente pode fazer pra melhorar”, falou o catador Milton Sérgio Mendonça, 44 anos, do Bairro Dinamérica de Campina Grande.
No final de cada curso todos os catadores receberam certificados e os Equipamentos de Proteção Individual (EPI), com bota, luvas, calça, boné e camiseta, o que de acordo com a catadora Maria de Lourdes Bezerra, articuladora do Projeto e integrante da Cooperativa de Catadores e Catadoras de Materiais Recicláveis de Campina Grande – CATAMAIS, o processo formativo desenvolvido pelo CENTRAC contribui muito para o reconhecimento e organização dos/as catadores/as. “Depois do Projeto Cooperar para Melhor Coletar, desenvolvido pelo CENTRAC, os catadores e catadoras de rua já estão sendo mais reconhecidos, estão usando os EPIs, e assim, a sociedade os respeitam mais”, disse.
O projeto Cooperar para Melhor Coletar e a Vida Melhorar ainda desenvolverá outras etapas do processo formativo, compostas por oficinas temáticas que abordarão temas voltados para a Gestão municipal dos resíduos sólidos e aspectos a serem considerados para elaboração dos planos, programas e ações que considerem a inclusão socioeconômica de catadores/as de materiais recicláveis na efetivação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, e ainda, sobre os aspectos necessários para a constituição de empreendimentos econômicos solidários de catadores/as.