Lideranças do Folia planejam ações para 2022

Publicado por Thaynara Policarpo
Campina Grande, 29 de abril de 2022

Cerca de 20 agricultores e agricultoras do Fórum de Lideranças do Agreste estiveram reunidos em Campina Grande, na manhã desta sexta-feira (29 de abril), para concluir ações de planejamento 2022 juntamente com as organizações de assessoria: o Centro de Ação Cultural – CENTRAC, a Comissão Pastoral da Terra – CPT e o Serviço Pastoral do Migrante-SPM.

No primeiro momento, as lideranças repassaram os informes sobre o cenário das chuvas e outras temáticas dos grupos de trabalhos da Articulação do Semiárido Paraibano – ASA: Mulheres, Fundos Rotativos Solidários, Banco de Sementes, Juventude, Comercialização, Criação animal, Sementes e Água.

Além da preocupação com a irregularidade de chuvas no território, outro tema tem preocupado as famílias, a distribuição de sementes transgênicas pela Secretaria Estadual de Agricultura em diversos municípios. “A gente não quer semente transgênica, principalmente a de milho, que tem a polinização aberta e contamina as nossas sementes crioulas”, afirmou a agricultora Daniela Pereira dos Santos, do assentamento Eufrouzino, em Campina Grande.

O agricultor Edinaldo Pereira da Silva da comunidade Carapebas, em Aroeiras, também informou sobre a distribuição de sementes na comunidade.  “Muitas famílias estão precisando de sementes, mas as sementes que o governo está entregando são transgênicas. Graças a Deus temos as sementes crioulas doadas pelo CENTRAC no banco comunitário. Conversei com as famílias e cada uma recebeu 2kg de sementes do banco para não pegar a semente transgênicas do governo”, contou.

Todas as famílias que receberam as sementes do BCS, foram orientados para que não plantassem as sementes transgênicas. Os agricultores e agricultoras relataram que os funcionários que entregam as sementes afirmaram que se eles não pegassem, não teriam acesso a aposentadoria e outros benefícios previdenciários.

“Ao invés do governo está distribuindo sementes crioulas, adaptadas ao nosso território, está distribuindo sementes que está acabando com as nossas. E o outro agravante é que a fome voltou no nosso território e isso nos deixa cada vez mais dependente dessas situações”, afirmou patrícia.

Outro tema discutido foi a divisão justa do trabalho doméstico. As agricultoras compartilharam algumas experiencias em suas famílias e da necessidade de se discutir o tema nas formações. O grupo também recordou os compromissos assumidos na última reunião: fortalecer os grupos de mulheres nas comunidades; armazenar a produção; fortalecer a campanha pela divisão justa do trabalho doméstico; oficinas e encontros estaduais de formação; combater a degradação do solo; monitoramento da conservação das sementes, dos FRS’s, da comercialização; levantar o número de famílias que ainda não tem a primeira água; repasse dos projetos para outros setores; criar mais fundos rotativos solidários no território, dentre outros. Alguns acordos e metas foram estabelecidos para esses compromissos.

Na ocasião foi socializado o desenvolvimento da Campanha Tenho Sede, que será lançada pela ASA PB e sobre o processo discussão pela rede sobre a conjuntura eleitoral, que será realizado no dia 11 e 12 na Paraíba. O Folia se comprometeu em eleger parlamentares que tenham compromisso com a agricultora familiar e os trabalhadores e trabalhadoras e ainda denunciar os parlamentares que atuam na destruição de seus direitos.

Ao término do encontro, foi realizada uma troca de sementes e mudas.